Correspondente do jornal em Paris foi preso na região de Zawiya, cenário de duros confrontos das forças de Kadafi com rebeldes
iG São Paulo | 10/03/2011
Foto de arquivo de 2007 do repórter Andrei Netto, correspondente do Estado de S. Paulo em Paris
O repórter do O Estado de S. Paulo Andrei Netto, um dos enviados do jornal à Líbia, está em processo de libertação no país do norte da África, segundo informou o embaixador da Líbia no Brasil, Salem Ezubedi. A informação foi dada aoiG pela editora-executiva do jornal Luciana Constantino, que também afirmou que o repórter foi localizado a oeste da capital Líbia, Trípoli. O diário ainda não conseguiu um contato direto com Netto.Em seu site, o jornal afirmou que Ezubedi passou a informação sobre a situação de Netto por telefone aos senadores Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão, e Eduardo Suplicy (PT-SP). "Todas as autoridades da Líbia estão tomando as providências para que ele seja libertado", afirmou o senador Paim, repetindo as palavras que ouviu por telefone do embaixador. Segundo os senadores, o embaixador disse que ele foi preso por não ter preenchido corretamente os documentos para entrar no país.
Correspondente do Estado em Paris desde 2006, Netto participou de importantes coberturas, como o terremoto de L’Áquila, na Itália, o acidente do voo 447 Rio-Paris da Air France e cúpulas do G-20. Gaúcho de Porto Alegre, tem 34 anos e é casado.Antes da informação sobre o processo de libertação de Netto, o jornal britânico The Guardian anunciou nesta quinta-feira que realiza grandes esforços para determinar o paradeiro do correspondente Ghait Abdul-Ahad, que durante duas semanas fazia a cobertura do conflito na Líbia na companhia do jornalista brasileiro. A editora-executiva do Estado afirmou não ter informações sobre o paradeiro do repórter do jornal britânico.Os dois entraram no país pela fronteira com a Tunísia e viajavam juntos com um guia líbio. Segundo o Guardian, Abdul-Ahad fez o último contato com o diário no domingo, por meio de uma terceira pessoa, quando estava nos arredores de Zawiya, cidade no oeste do país localizada a 50 quilômetros de Trípoli que vem sendo cenário de duros confrontos nos últimos dias.Na quarta-feira, O Estado anunciou que havia perdido havia uma semana todo contato direto com Netto. Até domingo, recebia informações indiretas de que o repórter estava bem e se encontrava na região de Zawiya. A comunicação – por meio de telefonemas e e-mails – havia sido propositadamente cortada por segurança, afirmavam fontes líbias.
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Na quarta-feira, o jornal recebeu informações de que Netto teria sido preso. O vice-chanceler da Líbia, Khaled Qaim, disse ao diário já estar informado sobre o assunto antes de ser contatado pelo jornal e se comprometeu a ajudar a localizar o brasileiro. A informação foi divulgada no dia em que a BBC revelou que uma de suas equipes foi agredida na Líbia.
O Guardian afirmou que mantém contatos com autoridades do governo líbio em Trípoli e Londres, pedindo que deem toda a assistência possível na busca por seu repórter.
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