terça-feira, 9 de novembro de 2010

Labirinto da vida

A razão nos dá a sensação da “segurança” daquilo que podemos ver e controlar e isso é tudo que um ser humano gostaria de ter.
Segurança é a linguagem da razão.
Usando a linguagem da razão, passamos a “planejar” nossas vidas, como se isso fosse possível.

Um caminho é escolhido e adentramos no labirinto da vida, perdendo o rumo. Passamos a trilhar os caminhos com características que variam para cada um. Alguns caminhos poderiam ser denominados como os dos “sem rumo determinados”, que trabalham como alucinados e se dedicam a algo como se fosse a única coisa do mundo pela qual valesse a pena viver, ou os dos “sem rumo esperançosos”, que, de algum modo, sentem mais claramente que estão perdidos num labirinto e tendem a buscar aqui e ali novos caminhos e que, quando estão começando algo, tendem a ganhar energia nova e têm a sensação de estar no caminho certo.

Alguns desses encontram seu rumo, outros acabam se tornando “sem rumo determinado”, outros continuam a alternar suas buscas, outros cansam pelo caminho e desanimam por períodos e depois retornam a busca; outros, ainda, assumem que a vida é isso mesmo e, por inércia, passam a viver como se fossem máquinas, mas, em verdade, são seres e “sentem”, querendo ou não.

Isso começa a ser o grande assalto a si próprio, o assalto de um tesouro inestimável, que é a auto-estima.

Isso cria um esvaziamento no ser privando-o do acesso ao seu conteúdo mais precioso que o conduz a um naufrágio lento e doloroso.

O grande sentido de viver acaba esquecido e passa-se à luta pela sobrevivência, a cada ano, a cada mês, a cada dia e hora e assim vai-se, esvaindo-se sem rumo, esperança ou sentido.
Ao invés de super viver a luta será por sobreviver.

A linguagem da intuição acaba completamente esquecida e abandonada e a bússola a ser usada passa a ser a da razão, alimentada por dados do momento, pelos registros gravados e que, superpostos através do tempo, acabam induzindo a um distanciamento cada vez maior da simples, mas poderosa linguagem da intuição.

A linguagem da razão usa o vocabulário dominante e esse domínio ilusório induz a uma onda de negativismo que acelera os níveis de degradação de valores e o labirinto da vida parece simplesmente sem saída, com poucas opções.

Será isso verdadeiro?
Se a linguagem a ser utilizada fosse unicamente a da razão, com sua estrutura baseada na lógica cartesiana, analisando-se os fatos, a seqüência dos eventos, com as deduções baseadas nas premissas, as previsões não seriam nada otimistas.
Não será a linguagem da razão a linguagem de uma vida virtual?
Mas há os que já estão trilhando um novo caminho. São os que acessaram tesouros interiores que estavam escondidos e adormecidos dentro de cada um.

São os que estão se redescobrindo e reconstruindo o sentido de viver.
São os que não têm medo de mudanças. Estes são os incógnitos co-criadores de um mundo novo.

Um mínimo de encorajamento se faz necessário.

A intenção de mudar é o primeiro passo para despertar o ânimo.

O ânimo é a chama que transforma o espírito, dando alento novo ao ser.
A intuição é a expressão mais sutil e poderosa do ânimo e pode ser acessada a qualquer momento e em qualquer situação.

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