O alerta do Big Brother Brasil
O programa Big Brother Brasil, ao selecionar pessoas com personalidades e temperamentos distintos uns dos outros, torna-se um "laboratório" de observação e avaliação do comportamento humano.
Três palavras e seus respectivos significados de abrangência social, resumem a "alma" do programa: competitividade, eliminação e vitória ou êxito pessoal (objetivo alcançado). Valores pertencentes a um modelo de sociedade que estimula o egoísmo, a disputa e o grupismo.
Portanto, o BBB sendo um micro-sistema, reflete o que ocorre no sistema social maior, inspirado no modelo competitivista e consumista do regime capitaiista. Até aí nada de novo, pois é uma realidade que vivenciamos no dia a dia de nosso país.
No entanto, cabe aqui um questionamento a respeito deste polêmico programa que a cada ano se repete no Brasil: O que o Big Brother Brasil acrescenta de positivo para que o seu público possa refletir a respeito do significado da vida a partir da percepção de si mesmo?
Creio que muito pouco e quase nada, pois, com este modelo, o programa mostra-se limitado pelo fato de ter objetivos definidos que levam os seus participantes a disputas pessoais, intrigas e separações grupais por afinidades ou interesses.
Neste contexto, a pressão psicológica da eliminação pelo "paredão", mexe com sentimentos negativos das pessoas, como rejeição e culpa, entre outros, o que contribui para aumentar o nível de estresse das relações interpessoais.
O ócio, associado à vaidade ou disputa de egos, é outra fonte geradora de tensão, causadora de conflitos íntimos e crises de relacionamento que caracterizam dramas reais pelos quais os telespectadores se identificam.
No BBB não existem exemplos de superação ou de iniciativas pessoais que levem os ocupantes da casa a uma inesperada decisão. Muito menos iniciativas coletivas que surpreendam positivamente a quem assiste o programa. É um processo de final anunciado, à medida que os fatos ocorrem conforme a previsibilidade de seu principal objetivo, que é a gradual eliminação dos participantes.
A dinâmica do programa passa-nos a impressão de que não existem pessoas bondosas, desapegadas do dinheiro ou de bens materiais, mas pessoas sorrateiras, oportunistas, interesseiras e calculistas que se unem em torno de um pseudo-ideal coletivo, mas que na verdade é predominantemente individualista.
Tudo o que o BBB tem nos mostrado, acontece nos grandes, médios e até pequenos centros urbanos, pois o modelo socio-político-economico é o mesmo do Oiapoque ao Chuí. O programa reproduz uma realidade brasileira, mas não acrescenta nada de novo que sirva de inspiração para a juventude. Ao contrário, mergulha justamente nas águas turvas e contaminadas dos conflitos interpessoais e no mau caratismo que estamos cansados de observar por este Brasil à fora, principalmente no âmbito do poder.
À propósito do poder, a história da humanidade é repleta de casos em que o povo era chamado para "divertimentos" pelos quais as pessoas se identificavam, alimentavam as suas fantasias e domesticavam as suas feras interiores. Desta forma, o poder conseguia desviar a atenção das massas daquilo que as envolvia no cotidiano de suas vidas, ou seja, das condições de pobreza e de miserabilidade.
É óbvio que o BBB não é um divertimento sangrento como eram as arenas romanas e seus gladiadores, tampouco uma diversão circense de programação diversificada, Porém, não deixa de ser mais um "ópio de povo", ou de boa parcela deste povo, que vê no dia a dia de sua programação, um pouco de tudo aquilo que acontece em suas vidas, tanto no âmbito individual quanto no âmbito familiar e comunitário.
Contudo, independentemente de sua audiência ser maior nesta ou naquela classe social, a atual programação do BBB serve para repensarmos nossos valores em relação ao modelo que dita o comportamento social do brasileiro. Média que expressa-se na competitividade e na forma como uns eliminam os outros para atingirem os seus objetivos pessoais, como mostra o programa.
Portanto, o Big Brother Brasil serve-nos como referência e alerta para a Nova Era que se inicia, pois, libertar-se do pesado fardo das sucessivas vidas do espírito imortal, é compromisso do espírito que deseja vivenciar os novos tempos de transformações.
Flávio Bastos
O programa Big Brother Brasil, ao selecionar pessoas com personalidades e temperamentos distintos uns dos outros, torna-se um "laboratório" de observação e avaliação do comportamento humano.
Três palavras e seus respectivos significados de abrangência social, resumem a "alma" do programa: competitividade, eliminação e vitória ou êxito pessoal (objetivo alcançado). Valores pertencentes a um modelo de sociedade que estimula o egoísmo, a disputa e o grupismo.
Portanto, o BBB sendo um micro-sistema, reflete o que ocorre no sistema social maior, inspirado no modelo competitivista e consumista do regime capitaiista. Até aí nada de novo, pois é uma realidade que vivenciamos no dia a dia de nosso país.
No entanto, cabe aqui um questionamento a respeito deste polêmico programa que a cada ano se repete no Brasil: O que o Big Brother Brasil acrescenta de positivo para que o seu público possa refletir a respeito do significado da vida a partir da percepção de si mesmo?
Creio que muito pouco e quase nada, pois, com este modelo, o programa mostra-se limitado pelo fato de ter objetivos definidos que levam os seus participantes a disputas pessoais, intrigas e separações grupais por afinidades ou interesses.
Neste contexto, a pressão psicológica da eliminação pelo "paredão", mexe com sentimentos negativos das pessoas, como rejeição e culpa, entre outros, o que contribui para aumentar o nível de estresse das relações interpessoais.
O ócio, associado à vaidade ou disputa de egos, é outra fonte geradora de tensão, causadora de conflitos íntimos e crises de relacionamento que caracterizam dramas reais pelos quais os telespectadores se identificam.
No BBB não existem exemplos de superação ou de iniciativas pessoais que levem os ocupantes da casa a uma inesperada decisão. Muito menos iniciativas coletivas que surpreendam positivamente a quem assiste o programa. É um processo de final anunciado, à medida que os fatos ocorrem conforme a previsibilidade de seu principal objetivo, que é a gradual eliminação dos participantes.
A dinâmica do programa passa-nos a impressão de que não existem pessoas bondosas, desapegadas do dinheiro ou de bens materiais, mas pessoas sorrateiras, oportunistas, interesseiras e calculistas que se unem em torno de um pseudo-ideal coletivo, mas que na verdade é predominantemente individualista.
Tudo o que o BBB tem nos mostrado, acontece nos grandes, médios e até pequenos centros urbanos, pois o modelo socio-político-economico é o mesmo do Oiapoque ao Chuí. O programa reproduz uma realidade brasileira, mas não acrescenta nada de novo que sirva de inspiração para a juventude. Ao contrário, mergulha justamente nas águas turvas e contaminadas dos conflitos interpessoais e no mau caratismo que estamos cansados de observar por este Brasil à fora, principalmente no âmbito do poder.
À propósito do poder, a história da humanidade é repleta de casos em que o povo era chamado para "divertimentos" pelos quais as pessoas se identificavam, alimentavam as suas fantasias e domesticavam as suas feras interiores. Desta forma, o poder conseguia desviar a atenção das massas daquilo que as envolvia no cotidiano de suas vidas, ou seja, das condições de pobreza e de miserabilidade.
É óbvio que o BBB não é um divertimento sangrento como eram as arenas romanas e seus gladiadores, tampouco uma diversão circense de programação diversificada, Porém, não deixa de ser mais um "ópio de povo", ou de boa parcela deste povo, que vê no dia a dia de sua programação, um pouco de tudo aquilo que acontece em suas vidas, tanto no âmbito individual quanto no âmbito familiar e comunitário.
Contudo, independentemente de sua audiência ser maior nesta ou naquela classe social, a atual programação do BBB serve para repensarmos nossos valores em relação ao modelo que dita o comportamento social do brasileiro. Média que expressa-se na competitividade e na forma como uns eliminam os outros para atingirem os seus objetivos pessoais, como mostra o programa.
Portanto, o Big Brother Brasil serve-nos como referência e alerta para a Nova Era que se inicia, pois, libertar-se do pesado fardo das sucessivas vidas do espírito imortal, é compromisso do espírito que deseja vivenciar os novos tempos de transformações.
Flávio Bastos
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