Epicuro foi um grande filósofo. Viveu de 342 a 271 A C . Fundou sua própria Escola denominada Jardim. Foi considerado o filósofo da alegria, do prazer, da serenidade e da doçura. Chamam atenção seus ensinamentos sobre o prazer e o desejo. Admitia mulheres e crianças em sua Escola, o que não era aceitável em sua época. Amava a vida em contato com a natureza. Muitos confundem seu pensamento ligando-o ao hedonismo moderno, o que é um despropósito. A finalidade da vida humana, segundo Epicuro, é a busca da tranqüilidade,do prazer e da felicidade suprema, um estado superior que poderá atingir a alma humana, denominado ataraxia. Para tanto é necessário domínio sobre si mesmo, equilíbrio e moderação.
Trocando em miúdos, por exemplo, a busca do prazer deve ser algo ponderado e inteligente, de modo a não prejudicar minha saúde, o mais alto prazer que o ser humano pode experimentar, segundo o filósofo. Se gosto de um bom vinho, de uma boa mesa, não posso exagerar, sair da linha, pois esta atitude poderá prejudicar minha saúde e impedir que sinta mais vezes o mesmo prazer. Como podemos ver, é impróprio considerá-lo precursor do hedonismo moderno, fruto de uma sociedade dos excessos e dos extremos como é a nossa, causadora de profundas perturbações e inquietudes que avassalam nossa existência, lançando-nos no profundo abismo da falta de paz e serenidade.
O trânsito é um sintoma inequívoco da inquietude do ser humano. Que prazer é viajar, sair da rotina, curtir uma praia, uma cachoeira, conhecer outras pessoas, experimentar outros sabores, outros cheiros, outros amores. Entretanto, não temos equilíbrio… A BR 381 que corta nossa cidade é considerada a mais perigosa do Brasil. Ceifa vidas indiscriminadamente. A principal razão é a imprudência, a imperícia, a insensatez… Correr qual o porquê? Pressa para chegar a onde? Sofreguidão? Cobiça? Avidez? Raiva? Tudo escapa de nossas mãos, como a água que desce de galope na cachoeira de nossa vida.
Epicuro tem muitas lições para nos ensinar. Precisamos parar de correr e aprender a abraçar a vida em plenitude. Descobrir o prazer do cheiro da manhã, o cheiro da terra seca aspergida pelas primeiras gotas de chuva. Provar do bom de viver sem pressa e jogar prosa fora. Quem sabe aquele banco do jardim! Quem sabe aquele baile! Quem sabe aquela cantiga de ninar! Quem sabe aquela viagem sem pressa!
Retirado do blog do prof. Gilberto
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