sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Vale a pena ser honesto?????


Vale a pena ser honesto? Penso que sim. Afirmo que não! É diante deste paradoxo que escrevo este texto.
Rui Barbosa, no discurso de renúncia ao cargo de senador em 1921 disse: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.
O velho filósofo grego Diógenes, andava pelas ruas em plena luz do dia com uma lanterna acesa na mão. E ao ser questionado respondia que estava a procurar um homem honrado.
Ah meu caro Rui! De lá pra cá, as coisas mudaram muito, e mudaram pra pior. A desordem grassa no meio da sociedade, ninguém é de ninguém; todo mundo acusa todo mundo, todos estão preocupados em se dar bem, ao mais desonesto o maior quinhão. A palavra empenhada não mais vale nada; em época de campanha, os nossos políticos, “prometem como sem falta pra faltar como sem dúvida”.
Aposentaram o velho baú onde guardavam nossos réis, transformaram o dinheiro em reais, colocaram no fundo da cueca e o guardaram em paraísos fiscais. E as mudanças não pararam por aí, até o português sofreu a ação predadora das reformas: tiraram o “PH” de farmácia, o “C” mudo de doctor; até lingüiça perdeu o trema (¨)/mais continua linguiça/ tranq uilo, não tem problema/colocar trema, dá uma preguiça. A homofonia alastrou-se tanto no velho português que hoje: genro não é só o marido da filha, manteiga não é apenas um derivado do leite, lula não é só um molusco marinho…       
Alguns políticos nesse país se sentem atraído pelo poder, pelo os altos salários, pela mordomia… tal qual as mariposas se sentem atraídas pela luz. E nada vêem, nada sentem, nada ouvem. Só o que lhes interessa. O analfabetismo, a fome, a miséria… não os prejudica. Ao contrário os beneficia, pois, o miserável é fácil de ser corrompido e o analfabeto é fácil de ser convencido.
Alguns pais, não estão mais ensinando aos filhos: a ética, a moral, os bons costumes… esqueceram de ensinar-lhes que a maneira mais conveniente de alcançar o topo, é o trabalho duro, é escalar a escada, degrau após degrau… e não a esperteza, a conveniência, a conivência, os atalhos escusos…   
Ah meu caro Diógenes! A claridade não nos faz vê a honradez dos homens, nem a escuridão encobre seus vícios. Ambos sente-se na pele, na barriga vazia, na falta de moradia, no desemprego, na ambição de alguns políticos por poder e consequentemente por bons salários, em detrimento da maioria que não ganha nem o suficiente para sobreviver. E por aí a tragédia vai se instalando, caminhando e dominando a situação, piorada com a escuridão originada na pane do sistema de segurança, instalando-se o apagão do setor, somando-se aos apagões de muitos outros sistemas de serviços essenciais para a sociedade brasileira, literalmente órfã de governo.

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